Sobre loucos e desvairados...

Minha foto
(São Paulo/ São Carlos/ Ribeirão Preto), SP, Brazil
Rafael é graduado em Engenharia de Computação pela USP São Carlos, Analista de Sistemas em uma empresa de TI para Telecomunicações, músico por hobby, careca por opção e uma pessoa muito curiosa por natureza!!

quinta-feira, 16 de abril de 2009

CDB - Certificado de Depósito Bancário

Essa semana eu iria escrever sobre títulos imobiliários, mas é difícil achar informações precisas e, portanto, resolvi adiar este post. Este post também está chegando um pouco atrasado, pois ao editá-lo tive algumas discussões financeiras com amigos sobre investimentos, retornos, aplicações e assuntos similares.

Assim como os Títulos de Capitalização, esse tal de CDB (que não é aquilo que você pede no botequim da esquina pra acompanhar a cervejinha gelada) é uma maneira de capitalizar o banco, angariando fundos para realizar concessões de crédito(como emprestando dinheiro ao consumidor no cheque especial) e obter lucro .

O CDB é um título nominativo, ou seja, emitido em nome de uma pessoa (o investidor) certificando o proprietário que ele depositou determinada quantia em dinheiro para a instituição financeira e receberá ao final do prazo determinado a mesma quantia mais os juros que o banco paga a você para tomar o seu dinheiro emprestado. Vale a pena ressaltar que existem quantias mínimas de aplicação e quanto maior a quantia aplicada, mais atraentes tendem ser as taxas pagas pelo banco ao investidor.

Em relação ao rendimento, que são os juros que o banco lhe paga, existem dois tipos de CDB, sendo eles os Pré e os Pós Fixados. Os pré-fixados são remunerados por uma taxa conhecida no início da operação (quando você investe o seu dinheiro) e neste caso você já sabe quanto vai render ao fim do prazo determinado. Caso você necessite resgatar o valor anterior ao prazo já incidirá o rendimento, mas será descontada uma taxa de deságio (que é parte do rendimento) pelo título não ter sido resgatado no vencimento.

Os pós-fixados são baseados taxas como a do CDI(Certificado de Depósito Interbancário) ou a TR (Taxa de Referência de Juros). No caso dos que utilizam a TR existe um prazo de vencimento, já nos casos que são baseados em depósito interbancário (CDI) o prazo pode ser diário. A aplicação em CDB pós é interessante principalmente quando acreditamos que a taxa de juros irá subir e, portanto, haverá maior lucro no resgate da aplicação.

"Tá, e as taxas de rendimento?"Como exemplo o CDB do Banco do Brasil na modalidade pré-fixado (esta modalidade necessita de mínimo de 500 reais de investimento) que em Março de 2009 teve rendimento de 0,64% e o acumulado de 12 meses foi de 10,12% e foi a modalidade que obteve o pior rendimento no Banco do Brasil (na data de acesso ao site do Banco do Brasil). Mas é importante saber que cada instituição tem taxas diferentes.

Neste instante meu queridíssimo leitor deve estar pensando: “É fi, vô tacá a minha grana nessa bagaça ae que já é melhor que poupança!”

Em geral CDBs tem rendimento melhores que poupança sim, mas sobre o rendimento do CDB ainda é cobrado o imposto de renda retido na fonte e IOF para aplicações com prazo menores que 30 dias. O imposto de renda é regressivo sendo descontado do rendimento 22,5% para aplicações até180 dias, 20% para aplicações entre 181 dias e 360 dias, 17,5% para aplicações entre 361 dias e 720 dias e 15% para aplicações com mais de 720 dias.

Portanto eu convido o leitor a fazer as contas antes de investir o dinheiro em CDB para que tenha uma exata noção de quanto será descontado e então decidir se é a melhor solução.

Espero que tenham gostado do post e espero também receber sugestões para o post da semana que se aproxima (e caso não receba sugestões, folga para mim ;D)

Um abraço, o Novato Financeiro.

Fontes: Sites Banco do Brasil, ADVFN, Banco Central, HSBC

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Análise Técnica Básica III – Média Móvel Simples

Desta vez vamos falar sobre mais uma ferramenta utilizada na análise técnica que é a média móvel. Médias móveis são instrumentos muito importantes na análise técnica por repassar uma informação menos volátil do mercado, retirando as oscilações bruscas do gráfico, além de atuar como um sinalizador de compras e vendas de um determinado papel (ações).

Para que tem pouca familiaridade com a matemática, uma média móvel nada mais é do que a soma dos últimos valores do gráfico dividida pela quantidade de valores somados, por exemplo, se somarmos os últimos 20 valores do gráfico a média móvel seria igual a soma dos 20 valores dividido por 20 ( M20 = Soma dos 20 últimos valores/20). Só que, assim como o preço das ações, a média móvel é representada graficamente (como gráfico de linha).

Analisando a quantidade de valores utilizados para compor a média percebemos que quanto maior o número de valores utilizado mais distante do gráfico das ações a média fica e ao mesmo tempo menos oscilações bruscas ela representa, em contrapartida, quanto menos valores utilizarmos para compor a média móvel, mais oscilações a média móvel apresenta, representando melhor as tendências de curto prazo dos preços, mas sendo ainda mais volátil.

Na primeira figura apresento uma média móvel de 20 dias no gráfico diário das ações da Vale PnA onde é possível notar bem como a média móvel elimina os ruídos do gráfico de ações, apesar de se movimentar de forma mais lenta..

Para utilizar as médias móveis como sinalizadores de compra e venda existem inúmeras possibilidades. A mais simples é comprar determinado papel sempre que o preço das ações corta a linha da média móvel em sentido ascendente e vender sempre que acontece o contrário (o gráfico do preço corta o gráfico da média móvel no sentido descendente), mas como o gráfico de ações é muito instável através deste método existirão muitos sinais de compra e venda que são falsos.

Para atenuar estes sinais falsos ao invés de utilizar em conjunto o gráfico de ações com a média móvel é comum a utilização de duas médias móveis com períodos(número de valores que compõem a média) diferentes, sendo uma de curto ou médio com uma de médio ou longo prazo. Na próxima figura temos um gráfico também da Vale PnA com duas médias móveis de períodos diferentes, a de curto prazo (linha verde) é uma média de 20 períodos e a de médio prazo (linha azul claro) é uma de 40 períodos.

Podemos notar os sinais de compra e de venda mostrados pelas setas. As setas azuis representam pontos de compra das ações e as setas vermelhas representam um sinal de venda. Já as setas amarelas são sinais falsos de compra ou venda que, mesmo com a utilização de duas médias móveis, continuam a acontecer. Neste caso é importante que, antes de comprar loucamente a ação espere-se um tempo para que a tendência de alta seja confirmada.

Nos posts posteriores de análise técnica vou discutir a utilização de outras médias (como médias exponenciais) e a formação de canais de alta ou baixa.

Espero que tenham gostado e gostaria de reiterar o pedido para quem me mandem sugestões do 4 post do mês.

Um abraço, o Novato Financeiro.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Planejamento financeiro I

Esse tema talvez já tenha sido abordado em posts passados, mas resolvi revisitá-lo falando um pouco de como anda meu planejamento financeiro neste ano de 2009.

Em 2008 eu era apenas um estagiário de uma empresa de TI em Alphaville (Barueri – SP), ganhava um salário razoável que era suficiente para me manter, pagando minhas contas mensais como o aluguel (sim, já faz alguns anos que não moro com meus pais), luz, telefone, gás, internet, lazer, passagens de ônibus para Ribeirão Preto (cidade de meus pais e onde nasci e fui criado) e para São Carlos (onde fazia faculdade e eventualmente tinha reuniões com minha orientadora de TCC) e ainda juntar quase 10% deste salário. Infelizmente, no fim do ano acabei por gastar todo meu dinheiro em pequenos gastos da minha formatura, o que me levou a pensar num meio de me planejar para o ano de 2009, afim de que pudesse dar os meus primeiros passos rumo minha independência financeira.

Ao iniciar o meu planejamento percebi que poupar 10% do que eu ganho não é suficiente para que eu pudesse ter minha independência financeira dentro do prazo proposto. Minhas metas são um pouco ousadas, pois eu desejo não necessitar mais do meu trabalho antes dos meus quarenta anos de idade (caso não aconteça nenhum grande desastre). Para isso decidi juntar de 30% a 40% do dinheiro que ganho mensalmente (descontado o imposto de renda) como início da minha poupança que dará futuro à minha independência.

Ao decidir onde eu queria chegar e quando eu queria chegar notei que tão importante quanto definir metas e prazos é encontrar um meio de alcançá-las. Eu sabia o quanto tenho que juntar no meu primeiro ano como trabalhador assalariado, sabia quanto deveria render o meu dinheiro, mas não sabia como fazer o dinheiro ter a rentabilidade que eu desejava. Eu estava cometendo um erro, pois ao não saber qual investimento utilizar, como posso chegar a alcançar minhas metas?!

E mesmo com tudo isso razoavelmente bagunçado surgiu mais um imprevisto. Recebi o convite de um amigo meu para ser sócio de uma empresa (isso mesmo, estamos iniciando um empreendimento) e aceitei, ou seja, mais gastos para serem inclusos no meu planejamento.

A idéia que eu tenho é de ousar. Ousar porque ainda sou novo e tenho tempo de corrigir meus erros, ousar porque posso aprender com cada erro desses e me tornar um melhor empreendedor e melhor investidor, ousar porque eu preciso adquirir bagagem para que consiga realmente alcançar meus objetivos. E aqui me recordo de mais uma passagem do livro “Pai Rico, Pai Pobre” que diz o seguinte: “Conheço várias pessoas pobres que nunca perderam um centavo na vida de trabalho delas, mas não conheço um rico sequer que não tenha perdido bastante dinheiro”.

Mesmo com todo esse caos que eu mesmo criei estou conseguindo cumprir minhas metas. Agora uma parte do meu dinheiro que eu poupo foi destinada aos investimentos na minha empresa, mas mesmo assim ainda estou perto dos 30% de investimento mensal (ainda com um rendimento muito abaixo do planejado inicialmente). Atualmente o dinheiro está na poupança, mas como tenho lido e estudado muito sobre mercados de ações pretendo de cara me arriscar neste mercado com um percentual dos meus investimentos.

Será que vai dar certo? Será que vou conseguir? Ainda não sei, mas tenho certeza que estarei sempre buscando novas alternativas para alcançar meus objetivos.

Espero que tenham gostado deste post (que deve ter continuação daqui a quatro semanas) e peço para que comecem a enviar sugestões para 4º post do mês nos comentários ou no meu email (rafapg.85@gmail.com).

Abraços, o Novato Financeiro.