Sobre loucos e desvairados...

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Rafael é graduado em Engenharia de Computação pela USP São Carlos, Analista de Sistemas em uma empresa de TI para Telecomunicações, músico por hobby, careca por opção e uma pessoa muito curiosa por natureza!!

segunda-feira, 23 de junho de 2008

Juros. Herói ou Vilão?

Depois de uma imensa demora aqui está o novo post. Demorou porque levei um tempo pra realizar todas as contas e conferir tudo bonitinho e além do mais o post ficou gigante. Se encontrarem erros fique a vontade pra deixar comments que corrigirei.

Você fez uma dívida no banco no banco usando o cheque especial e agora você, além de devolver o dinheiro da dívida, vai pagar um valor para o banco que disponibilizou esse dinheiro para você. Isso são os juros. Mas suponha que você não consegue pagar a dívida. Neste caso, é como se o banco tivesse emprestado novamente dinheiro para você pagar a sua dívida com eles, juntamente com o juros cobrado. Agora além da primeira parcela de juros, existe uma segunda parcela de juros ainda maior que incidiu sobre a sua segunda dívida (dívida inicial juntamente com os juros iniciais). Isso é basicamente o princípio de juros compostos.

Agora imagine a situação contrária, onde você é o banco e empresta dinheiro. Nesta situação o seu dinheiro tem rendimento que aumenta de acordo com o tempo com que o seu dinheiro está emprestado. Isto é ser um investidor: Aplicar o seu dinheiro é fazer um empréstimo para o banco (ou outra entidade que vá gerenciar essa aplicação) e como o banco tomou seu dinheiro emprestado ele irá pagar juros (compostos) de acordo com o tempo que você deixar o dinheiro aplicado.

Numa situação hipotética onde, além de investir uma grana inicialmente, você investe mensalmente, a cada mês o dinheiro que você tem poupado aumenta com os juros do montante anterior adicionado a uma parcela que foi investida mensalmente (Nota: matematicamente funciona como o somatório dos termos de uma PG se as parcelas forem iguais).

Investindo R$100 por mês a uma taxa de juros de 1% ao mês teríamos:

1º Mês: R$100 (investimento inicial)

2º Mês: R$101 + R$100 = R$201 (investimento inicial com juros mais o mensal)

3º Mês: R$203,01 + R$100 = R$303,014º Mês: R$306,04 + R$100 = R$406,04

5º Mês: R$410,10 + R$100 = R$510,10

6º Mês: R$515,20 + R$100 = R$615,20

7º Mês: R$621,35 + R$100 = R$721,35

...

12º Mês: R$1.268,25

...

60º Mês: R$8.166,96 (5 anos de aplicação)

...

240º Mês: R$98.925,53 (20 anos de aplicação)

Seguindo esse raciocínio, em 20 anos de aplicação com rendimento de 1% ao mês será possível alcançar praticamente 100 mil reais investidos. Se o mesmo dinheiro tivesse sido colocado debaixo do colchão, ao fim do mesmo período o montante seria de 24 mil reais, que é menos de um quarto do valor final do investimento.

Agora vamos supor que seja possível investir R$200 por mês e taxa mensal de juros de 2%:

1º Mês: R$200

2º Mês: R$204 + R$200 = R$404

...

12º Mês: R$2.682,42

...

60º Mês: R$22.810,21(5 anos de aplicação)

...

240º Mês: R$1.148.887,35 (20 anos de aplicação)

Ainda levando em conta a aplicação de 200 reais por mês, com rendimento mensal de 2% ao mês, ao fim de vinte anos o rendimento de 2% ao mês garantiria uma aposentadoria de aproximadamente 23 mil reais mensais (sem descontar os impostos incidentes), sem diminuir o dinheiro investido aplicado.

Isso é particularmente interresante se você ainda é novo, porque desta maneira irá poupar 200 reais por mês por vinte anos e provavelmente terá mais de vinte anos para aproveitar de um salário de 20 mil reais!!!!

Mas assim como tudo isso parece lindo, tem também um lado ruim. Não é fácil conseguir um investimento que renda em média 2% ao mês. Fazendo o mesmo raciocínio com a aplicação de rendimento de 1% ao mês, aplicando os mesmos 200 reais por mês, ao fim de 20 anos aposentaríamos com 2 mil reais por mês e agora percebemos que o rendimento do investimento é crucial para o resultado final.

Nos próximos posts começarei a abordar os tipos de investimento e quais os retornos médios esperados(se é que isso existe!!). Para isso também vou passar por uma grande fase de aprendizado, pois devo confessar que não domino totalmente o assunto.

sexta-feira, 6 de junho de 2008

Mãos à obra, ou à calculadora.

Como já foi dito, todos nós (ou pelo menos a grande maioria de nós) temos a aspiração de parar de trabalhar um dia. Na verdade não iremos realmente parar de trabalhar, mas trabalhar com alguma coisa que realmente nos traga prazer. E agora o que eu vou dizer é realmente motivador: Isso é possível, independetemente de quanto você ganha!!!. Parece inacreditável, tipo aquelas mensagens do PoliShop ou do ShopTime, não é mesmo?Mas para que isso realmente possa funcionar teremos que assumir alguns compromissos (e isso não parece mais com aquele marketing todo). São eles:

- Poupar religiosamente algum dinheiro mensal (já iremos discutir no próximo post quanto).
- Não fazer dividas.
- Liquidar as dívidas atuais.
- Planejar os gastos.

Começe fazendo uma anotação (pode ser em um caderno, numa planilha do excel ou mesmo no celular) minunciosa de todos os gastos que você tem em um mês. Inclua tudo, até esmolas,dinheiro gasto com balas, chicletes, dinheiro do flanelinha, etc.Também anote todas as receitas que vc tem (da mesma forma que os gastos, inclua tudo: salário, renda de aluguéis, investimentos, pensão, etc..).A e por fim adicione suas dívidas (parcela do financiamento, gastos com cheque especial, cartão de crédito, prestações em débito automático).

Com estes dados você tem condição de avaliar como o seu dinheiro se acumula na sua conta ou como ele vai embora e ainda falta. Isso é apenas uma visão do seu fluxo de caixa mensal (ou seja, como o dinheiro entra e sai da sua conta neste mês).

Sabendo como o seu dinheiro some da sua conta é possível planejar os gastos para que sempre sobre uma grana de investimento mensal. É só você rever suas anotações e logo vai perceber que muitos gastos são com coisas supérfluas ou desnecessárias.

Primeiro vc deve liquidar suas dívidas, afinal, de que adianta investir algum dinheiro se está individado. Além do mais, em geral, o juros é muito maior nas dívidas do que no investimento, o que tende a aumentá-las.

Supondo que todas as dívidas já estão liquidadas, planeje-se para que possa poupar um dinheiro fixo por mês (geralmente é uma grande parcela do dinheiro que sobrará por mês depois que o orçamento for replanejado). Não se esqueça que dentro do seu planejamento de orçamento mensal deve ser previsto gastos com lazer, com roupas, com imprevistos, com saúde afinal é necessário ter uma boa qualidade de vida.

Agora, com o planejamento feito começa o mês e a idéia é manter os gastos dentro do previsto e no fim do mês deve ser possível poupar o planejado (ou, caso esteja individado, deve ser possível liquidar uma parte da dívida, impedidndo que ela aumente). Da mesma maneira que no mês anterior, todos os gastos devem ser anotados, assim como todas as receitas e dívidas para que seja possível verificar a evolução do planejamento de gastos.

Chegando o fim do mês é hora de investir o dinheiro poupado e aqui sobram dúvidas de como e onde investir. Essa história é longa e começa a ser discutida no próximo post, mas se vc conseguiu poupar o que foi proposto no planejamento pode comemorar, pois passou por uma das fases mais difíceis. Se além disso ainda conseguiu que sobrasse mais dinheiro do que o proposto vc tem duas opções: aumentar o investimento ou gastar com alguns luxos (como sair mais vezes ou comprar mais roupas). Se todo mês sobrar dinheiro além do investido, é hora de rever o quanto investir, mas se a sobra é passageira, sugiro que o dinheiro seja gasto com esses luxos, afinal como vc já fez o dever de casa pode se dar ao luxo de desfrutar do dinheiro poupado a mais sem peso na conciência.

Cabe aqui uma dica, sempre guarde o dinheiro poupado em algum investimento que garanta, no mínimo, a correção dos valores (ou seja, no mínimo coloque na poupança).
Agora já iniciamos o caminho para alcançar o nosso objetivo: Independência Financeira.